Qual é a impressão olfativa de uma cidade? E a de um teatro? Como traduzir num perfume os seus valores, a sua filosofia, o seu património, a través do encontro com os seus habitantes ou os seus espetadores e em ligação com eles?
Para fabricar os seus perfumes, Cosmogama imaginou um processo de elaboração original, cívico e responsável. Fora dos caminhos batidos. No coração das cidades, o mais perto possível das pessoas e ostentando a mais elevada ambição olfativa.
Tal como Proust, pensamos que o sentido da vida está, todo ele, contido numa recordação de infância e que esta recordação está frequentemente associada a um cheiro, a uma emanação, a um rasto olfativo inesquecível, indizível por vezes. O que nós procuramos, nas essências tal como nos livros, é a emoção, a singularidade, a elegância, a audácia e a autenticidade. Não a autoestrada das grandes marcas. Não os trilhos da perfumaria de nicho.
Associamos a nossa competência em design gráfico e em field writing, ao talento, ao savoir-faire e ao desejo de inovação de um perfumista confirmado.
Para editar as Eaux de Cosmo combinadas com um livrete que descreve o processo de fabrico de cada um dos nossos perfumes, reunimos um C.C.C. – Círculo de Cidadãos Criadores. Longe dos testes de consumidores, que brutalizam a criação, desejamos associar à nossa abordagem cidadãos curiosos, prontos para se lançarem em ateliers de conversas que constituem a base da nossa abordagem.
O perfumista afirma-se como tradutor e intérprete: ele traduz em essências as interações, produz as associações em ressonância com as memórias abertas, interpreta à sua maneira, a partir do seu próprio sentir. Traduzir, compor. Escrever a partir do real e do outro.
O escritor Fabrice Melquiot testemunha, sintetiza, esboça o retrato dos Cidadãos Criadores envolvidos, dá a entender o processo de criação do perfume.
O Estúdio de design gráfico e visual Cosmogama assegura a seguir a formatação do livrete. O concentrado do perfume é difundido nos espaços patrimoniais de uma cidade. Propõe-se uma viagem olfativa, feita a pé.
Para uma cidade, bem como para um teatro, o perfume tal como nós o concebemos é vetor de ligação, ferramenta de meditação, embaixador sensorial.
As Eaux de Cosmo são gratuitas e oferecidas à população. Digamos que um perfume não tem preço.
Já não tem preço.
Porque é um encontro.
É um diálogo.
É uma partilha.
É para as pessoas, antes de mais.